Artigos | Postado no dia: 24 setembro, 2025

Como a indústria deve agir na transição tributária? Entenda

A Reforma Tributária no setor industrial inaugura um novo modelo que exige atenção imediata das empresas. O sistema de não cumulatividade de impostos e a ampliação do crédito tributário na indústria mudam a forma como o setor calcula custos, define preços e estrutura seu planejamento tributário industrial.

O impacto da Reforma Tributária na indústria será sentido principalmente na gestão financeira e contábil.

Se antes a cumulatividade de impostos reduzia margens e elevava o preço final dos produtos, agora o aproveitamento integral de créditos promete maior transparência e competitividade. Porém, para usufruir desses benefícios, será preciso adaptação.

Siga a leitura para entender!

 

A lógica dos créditos e a não cumulatividade

Com o novo modelo, todo valor pago em etapas anteriores gera direito a crédito tributário na indústria, que poderá ser compensado ao longo da cadeia produtiva. Isso significa que os tributos não “se acumulam” sobre o produto final, reduzindo o peso da carga tributária na indústria.

Na prática, uma fábrica que compra insumos de fornecedores pagará tributos apenas sobre o valor agregado em sua etapa, e não sobre o total da cadeia. Essa mudança diminui distorções e permite que empresas planejem preços de forma mais previsível.

O desafio está em organizar o controle contábil. Se a indústria não tiver processos internos bem estruturados, corre o risco de perder créditos relevantes, afetando diretamente sua competitividade.

 

Setores industriais mais impactados

O impacto da Reforma Tributária na indústria não será homogêneo. Alguns setores sentirão mudanças de forma mais intensa.

A indústria automotiva, por exemplo, terá de adequar sua estratégia ao Imposto Seletivo, que pode tributar veículos com base em critérios ambientais, ao mesmo tempo em que abre espaço para incentivos à produção de veículos elétricos.

Já o setor de bebidas alcoólicas enfrentará aumento gradual de tributação até 2033, o que exigirá ajustes de preços e margens para manter a competitividade.

Por sua vez, indústrias ligadas a combustíveis fósseis e carvão mineral terão custos adicionais relacionados ao impacto ambiental.

Entender essas especificidades é essencial para cada empresa definir um planejamento tributário industrial alinhado à sua realidade.

 

Linha do tempo da transição tributária

A transição para o novo modelo não acontecerá de uma vez. Em 2026, começa a cobrança da CBS e do IBS em fase de testes, convivendo com os tributos atuais. Entre 2027 e 2028, haverá ajustes nas alíquotas e ampliação do sistema de créditos.

De 2029 a 2032, a participação dos novos tributos aumenta, enquanto os antigos são gradualmente reduzidos.

Somente em 2033 os cinco tributos atuais (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) serão totalmente substituídos pelo IVA Dual. Essa transição gradual exige que a indústria adote um planejamento tributário industrial desde já, para não ser surpreendida no meio do processo.

 

Competitividade e exportações

Outro ponto relevante é a competitividade internacional. O fim da cumulatividade de impostos tende a reduzir os custos de produção, tornando os produtos brasileiros mais atrativos no mercado externo. Para empresas exportadoras, isso representa maior margem para negociar preços e conquistar novos clientes.

Na prática, a Reforma Tributária no setor industrial pode ser um diferencial para fortalecer a presença do Brasil em cadeias globais, especialmente em segmentos de alta concorrência como alimentos, químicos e manufaturados.

 

O que muda para o planejamento tributário industrial

O planejamento tributário industrial ganha ainda mais importância. Com o fim da cumulatividade de impostos, empresários precisam mapear créditos, revisar contratos e adotar sistemas de compliance fiscal.

Além disso, setores sujeitos ao Imposto Seletivo terão de incluir novas variáveis na gestão de custos. Por exemplo, indústrias de bebidas alcoólicas precisarão ajustar margens e modelos de precificação para absorver a carga adicional.

Já montadoras podem aproveitar incentivos ao investir em veículos sustentáveis, alinhando estratégia empresarial e gestão tributária.

Empresas que se anteciparem na adaptação terão vantagem competitiva, pois conseguirão reduzir riscos e explorar oportunidades criadas pela Reforma Tributária no setor industrial.

 

Dicas para adaptação da indústria

  1. Revise a contabilidade – Identifique possíveis créditos tributários que antes eram perdidos.
  2. Invista em tecnologia – Sistemas de gestão integrados ajudam no controle detalhado da não cumulatividade.
  3. Faça simulações – Calcule diferentes cenários de carga tributária na indústria para ajustar margens.
  4. Treine equipes fiscais – Capacite profissionais para acompanhar mudanças legais e identificar oportunidades de créditos.
  5. Conte com assessoria especializada – Advogados e consultores podem desenhar estratégias de planejamento tributário industrial alinhadas ao novo modelo.

Checklist prático

Para transformar a teoria em prática, empresários podem seguir um roteiro de adaptação:

  • Mapeie seus principais insumos e fornecedores para identificar créditos potenciais;
  • Reveja contratos de longo prazo, prevendo ajustes conforme as novas alíquotas;
  • Implemente controles internos de compliance tributário já em 2025;
  • Simule cenários financeiros considerando diferentes alíquotas da CBS e IBS;
  • Acompanhe as leis complementares que trarão detalhes cruciais sobre a aplicação da Reforma;
  • Invista em treinamento de equipe para reduzir erros durante a transição.

Seguir esse checklist aumenta a capacidade da empresa de lidar com o impacto da Reforma Tributária na indústria e garante que a transição ocorra com segurança e previsibilidade.

 

FAQ – Dúvidas sobre a transição tributária na indústria

  1. O que muda para a indústria com a não cumulatividade de impostos?
    Agora os tributos pagos em etapas anteriores podem ser creditados, reduzindo a carga tributária na indústria e evitando sobreposição de impostos.
  2. Toda indústria terá direito ao crédito tributário?
    Sim, mas o aproveitamento depende de controles contábeis bem estruturados. Sem processos claros, parte dos créditos pode se perder.
  3. O impacto da Reforma Tributária na indústria será imediato?
    Não. A transição será gradual até 2033, mas as empresas devem se adaptar desde já para não perder competitividade.
  4. O Imposto Seletivo afeta todas as indústrias?
    Não. Ele incidirá sobre produtos considerados nocivos à saúde ou ao meio ambiente, como cigarros, bebidas alcoólicas e combustíveis fósseis.
  5. Como estruturar o planejamento tributário industrial nesse cenário?
    A chave é antecipar-se: revisar contratos, mapear créditos, adotar sistemas de compliance e buscar apoio jurídico especializado.

Conclusão

A Reforma Tributária no setor industrial não deve ser vista apenas como uma mudança legal, mas como uma transformação na lógica de negócios. O fim da cumulatividade de impostos e a ampliação do crédito tributário na indústria criam oportunidades, mas exigem organização.

Empresas que investirem em um planejamento tributário industrial consistente terão mais condições de enfrentar o impacto da Reforma Tributária na indústria, reduzir a carga tributária na indústria e conquistar vantagens competitivas em um mercado cada vez mais exigente.

A finalidade desse artigo é meramente informativa. Recomenda-se a consulta a um advogado habilitado para orientação específica conforme sua situação. Dúvidas? Entre em contato conosco! Será um prazer orientá-lo.